Dissertação
Eis a redação que eu acabei de escrever no vestibular 2008 da Anhembi-Morumbi. O tema é inovação.
DARWINISMO SOCIAL OU PAREM A TERRA QUE EU QUERO DESCER!
Macbeth será Rei; tu Banquo não, mas seus filhos sim e serás mais poderoso.
vaticínio da Bruxas do Pântano, in MACBETH
Praticamente todas as peças de Shakespeare da fase madura tratam das mudanças e suas trágicas conseqüências. Muito caro ao establishment já nessa época, o autor vê a novidade como radical, temerária e até danosa. Geralmente representada pelo regicídio, o "pior dos crimes".
Não cabe discutir se o bardo tinha consciência da própria força inovadora no teatro, já que pouco se sabe sobre sua própria vida. Mas é interessante notar a freqüência, enorme, de grandes da Cultura (e aqui especificamente da Ocidental) que rejeitam a seqüência, às vezes natural, de seus próprios trabalhos.
Einstein detestava a Mecânica Quântica. Newton, herdeiro direto de Descartes, refugiou-se na Igreja em seus últimos anos de vida, quando a Física Clássica passou a ser aplicada cotidianamente. Adorno nos brinda com o conceito de massas, mas refuga o Jazz, primeira forma de música aceita sem caráter despótico esclarecido, ao menos em sua origem. E como esquecer as querelas entre Platão e Aristóteles, Freud e seus seguidores?
Ciúme? Ocaso? Medo do novo? Defesa do mundo em que vive (e pelo qual sobrevive)? Seja qual for a causa primeva da rejeição, a eles parece aplicável o axioma da pimenta nos olhos de outrem, nesses pensadores mais humanos do que nunca!